Dinamarca: na vanguarda dos parques de diversão

A coprodução dinamarquesa e sueca, “Segunda Chance”, não revela a cidade da Dinamarca onde o longa foi rodado e foge dos principais pontos turísticos do país, como a capital Copenhague. Nessa linha, o casal protagonista, o policial Andreas (Nikolaj Coster Waldau) e sua esposa Anna (Maria Bonnevie), vivem em uma casa com paredes de vidro que fica afastada da cidade, o que abre espaço para belas paisagens como imagens de transição.

Com mais de 400 ilhas é difícil dizer se quem aparece é o Mar do Norte ou o Mar Báltico, mas com certeza recebem destaque as árvores prontas para o inverno e a imensidão plana do país. No entanto, tudo isso é apenas o cenário para o drama maior apresentado pela diretora Susanne Bier, no qual Andreas tem que lidar com os altos e baixos de sua esposa depressiva e entra em conflito com um casal, que passa os dias drogado e abandona o filho ainda bebê à própria sorte entre fraldas sujas e agulhas com heroína.O policial é representado pelo mesmo ator que faz o papel de Jaime Lannister na série americana Game Of Thrones. Assim como no seriado, Nikolaj Coster Waldau interpreta um anti-herói com seus princípios questionáveis.

Afastando um pouco do núcleo dramático do longa, a Dinamarca é conhecida por ser um dos países mais felizes do mundo, de acordo com o ranking da ONU. Mas além da qualidade de vida no que se refere a educação, saúde e segurança – no filme o espectador até estranha as caminhadas noturnas no meio do nada – o país tem tradição nos parques de diversão.

Os três principais pontos turísticos do tipo são o parque de Bakken, que foi aberto em 1583 e é o mais antigo do mundo, os Jardins de Tivoli, inaugurados em 1834, e a Legoland, com atrações inspiradas nos bloquinhos de montar e que está em funcionamento desde 1968.

E são esses elementos que evidenciam o contraste dos dilemas morais dos personagens de “Segunda Chance”, uma vez que o espectador consegue colocar em confronto a calma do mundo exterior, com belas paisagens e a áurea da tal felicidade, e o caos dos dramas humanos.