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Do Apartheid à presidência: conheça o roteiro de Nelson Mandela na África do Sul

Conheça os marcos que contam a trajetória desse ícone da História mundial.

ROTEIROCURIOSIDADES

7/13/20153 min read

Em 1997 dois fotógrafos decidiram reunir em um livro os principais acontecimentos de uma África do Sul em colapso entre 1990 e 1994. Greg Marinovich e João Silva escreveram “O Clube do Bangue Bangue” e contaram com a maestria de testemunhas a violência dos combates na época em que o país negociava a passagem do regime do Apartheid para a democracia.

As memórias de quatro fotógrafos (os dois autores, Kevin Carter e Ken Oosterbroek) são narradas por Greg, que assume o papel de descrever a mescla raiva e dor do país, ao mesmo tempo em que fala do estresse que os fotógrafos sentiam por vivenciar tudo aquilo: depressão, pesadelos, choros compulsivos e abuso de drogas como válvula de escape.

O livro se destaca por contar a História por histórias, dando voz a famílias que sofreram com assassinatos e torturas durante o embate patrocinado pelo governo.

“Boas fotos. Tragédia e violência certamente geram imagens poderosas. É para isso que somos pagos. Mas cada uma dessas fotos tem um preço: parte da emoção, da vulnerabilidade, da empatia que nos torna humano se perde cada vez que o obturador é disparado.”

A campanha de terror feita pelos direitistas se intensificava com a aproximação das eleições: a primeira não racial e democrática do país. Com a libertação de Nelson Mandela e sua candidatura pelo Congresso Nacional Africano, o CNA, o governo tentava prejudicar a campanha e afugentar os eleitores. Mas enquanto o governo fornecia armas e treinamento militar aos partidários, abriu espaço para a resposta de guerrilheiros e o desenvolvimento de unidades de autodefesa do CNA. Esses jovens se intitulavam comrades, uma variação de “camaradas” feita a partir da convivência com socialistas cubanos.

Apesar de todo o sofrimento, essa mistura de xenofobia entre tribos, racismo e causas políticas teve data de validade, ao menos o grosso de tudo isso. Foi em 10 de maio de 1994 que Mandela, apelidado de Madiba, tomou posse da presidência. O primeiro presidente negro da África do Sul.

Em 1º de abril de 2015, o governo do país mais ao sul do continente africano lançou um aplicativo chamado “Madiba’s Journey”, “Jornada de Madiba”. O guia leva a 27 pontos que foram parte da vida do líder sul-africano, cada local representa um ano que ele passou preso.

A ferramenta tem recursos interessantes, como áudio explicativo e pins indicando se o local está mais preparado para receber visitantes ou se está fora da rota comum dos turistas, além de filtro para separar as atrações por província, uma vez que estão espalhadas por Eastern Cape, Gauteng, KwaZulu-Natal e Western Cape.

Entre os locais estão estátuas, praças, a casa onde Mandela chegou em Johanesburgo em 1941, o Museu do Apartheid – que desde a entrada separa os visitantes por raça, reproduzindo a lógica da época –, a prisão onde ele ficou detido e a casa dele em Soweto que foi transformada em museu. E já que trouxemos essa cidade à tona, vale dizer que é a maior cidade negra da África do Sul, e foi para lá que em 1955 homens e mulheres foram obrigados a se mudar.

Essa é uma forma de conhecer de perto a história de Nelson Mandela. Ele faleceu em 5 de dezembro de 2013 aos 95 anos, mas essa parte não importa. Pessoas como ele na verdade nunca morrem.