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Guia completo para conhecer a Islândia

As principais atrações estão na parte sul da ilha e é possível fazer uma viagem boa em 5 dias. Se você tiver mais tempo, uma visita ao norte cai bem, mas fique atento porque a viagem por aqui pode ser perigosa para desavisados.

ROTEIRO

12/25/201911 min read

aurora borealis
aurora borealis

A Islândia começou a entrar na rota do turismo internacional em 2010, quando o vulcão Eyjafjallajokull soltou tanta fumaça que interrompeu o tráfego aéreo entre Europa e América do Norte por 20 dias. Depois vieram as séries de TV, como Game Of Thrones e Vikings, que colocaram seus personagens ali. E o fato de todos lá também falarem inglês ajuda muito.

Não demorou muito para que os turistas mais aventureiros descobrissem que aquela ilha, vizinha da Groelândia, guardava algumas das formações naturais mais incríveis do mundo.

As principais atrações estão na parte sul da ilha e é possível fazer uma viagem boa em 5 dias. Se você tiver mais tempo, uma visita ao norte cai bem, mas fique atento porque a viagem por aqui pode ser perigosa para desavisados.

AS PRINCIPAIS ESTRADAS

Se você vai por conta própria, precisa saber das duas rotas mais importantes do país:

- ROTA Nº1: circula a ilha toda pelo litoral e tem mais de 1.000km. Ela passa por vários dos principais pontos do país. Aqui você vai ter que escolher bem as paradas, porque a volta toda pode levar até um mês.

- GOLDEN CIRCLE: tem cerca de 500km que formam um círculo no centro da Islândia. Uma viagem completa, que passa pelos mais de 30 pontos turísticos, pode durar até duas semanas.

Se você ainda estiver em dúvida se quer ir sozinho ou com agências locais, leia o texto abaixo. Ali coloquei mais informações sobre vantagens, quais agências escolher e a melhor época para conhecer a Islândia.

REGIÃO NORTE DA ISLÂNDIA

A principal cidade é Akureyri, conhecida como “a capital do norte”. São cerca de 20 mil habitantes, o que faz dela a maior fora da região de Reykjavík. São quase 400km da capital, o que dá mais de 4 horas de carro ou 45 minutos de voo.

A neve cai mais forte, então não é uma boa ir entre o final do outono e o começo da primavera porque muitas estradas fecham e pode atrapalhar seus planos.

A região não é a mais visitada, já que os turistas focam as atenções no sul da ilha, mas não é por isso que a viagem não vai ser linda. As principais atrações são as cachoeiras Dettifoss, os gêiseres, as piscinas termais e a baía de Húsavík, que é o melhor lugar para observar baleias na Europa.

REGIÃO SUL

A sua base para explorar o sul vai ser na capital Reykjavík. As estradas são excelentes e dão acesso fácil a todos os lugares que vou citar aqui.

Caso você escolha ir com agências locais, dá para organizar e fazer tudo isso em 5 dias, mas se for de carro, vai ter que ficar de olho no relógio – e no GPS – se quiser aproveitar a ilha ao máximo.

O passeio pela Península Snaefellsnes dura o dia todo e é cheio de paisagens incríveis. Imagem: Maria Beatriz Gonçalves.

1) GOLDEN CIRCLE: essa é a estrada que mencionei no começo do texto, a de 500km que forma um círculo pelo centro da ilha. As distâncias podem ser longas, por isso selecionei um roteiro que dá para aproveitar sem correria.

CRATERA KERID: ela tem 55 metros de profundidade com um lago verde esmeralda no fundo. Antes aqui era um vulcão, mas, há 3 mil anos, acabou o magma da câmara e ele implodiu, formando uma cratera. Você pode ver de cima, na segurança do mirante, ou descer até a lagoa, mas o caminho não é muito simples. Repare nas pessoas minúsculas na parte de cima, lá no fundo!

– GULLFOSS: essa queda d’água é formada por duas cachoeiras que somam 32 metros de altura. Elas são conhecidas como as cachoeiras douradas, o que perde um pouco o sentido quando quase tudo fica tomado por gelo, como na foto abaixo.

HAUKADALUR: não é difícil ver pelas estradas pontos de vapor se erguendo do solo, tanto que o nome da capital veio daí (REYKJA = fumaça, VÍK = baía). A atividade geotérmica é forte quase na ilha toda, mas alguns pontos se destacam. Um deles é a região geotérmica do Golden Circle, onde ficam os gêiseres mais famosos do país, incluindo o Strokkur, que jorra água a mais de 40 metros de altura a cada poucos minutos.

– PARQUE NACIONAL THINGVELLIR: o lugar onde o encontro entre duas placas tectônicas é mais visível no mundo. As placas Americana e Europeia se afastam e criam rachaduras gigantescas no solo. Com o tempo, isso iria partir a Islândia ao meio, de norte a sul, mas desses buracos saem novos pedaços de terra, aumentando a ilha pouco a pouco. Por isso a terra do litoral é mais antiga, cerca de 20 milhões de anos. Também por isso os vulcões são mais estáveis nas bordas. Quanto mais para o centro, mas novo o território e mais instável, e é nessa linha onde ficam os vulcões ativos.

Esse passeio pelo Golden Circle acaba antes das 19h, então dá tempo de sobra para jantar e se preparar para a caça à Aurora Boreal se a previsão estiver favorável.

  • Saiba mais sobre como ver a Aurora Boreal na Islândia

2) BLUE LAGOON: a lagoa azul é um dos lugares mais fotografados do país. Mas se você acha que vai chegar lá e ter contato com a natureza em sua forma mais pura e esse romantismo todo… Achou errado. O lugar tem uma estrutura imensa, um verdadeiro complexo aquático. São mais de mil armários separados em vários vestiários. E a entrada na água pode ser rápida no frio do lado de fora, ou gradual, já que tem um braço da lagoa dentro do prédio. Mas a modernidade não tira o charme da experiência.

O caminho até a lagoa passa por paredes de lava, as mesmas que cercam as estradas, e a cor da água impressiona. O azul claro é culpa da sílica, já que é esse o tom que ela reflete com a luz do sol. O volume de água que chega à superfície é tão grande que toda a lagoa tem a água renovada em 2 dias. Ela sai de 2km de profundidade a 240°C e chega a 38°C.

O ingresso básico inclui toalha e uma bebida. Você pode comprar o ticket e o ônibus até lá em pacotes nas agências locais. A entrada tem horário marcado, mas você pode ficar lá o dia todo se quiser.

3) JÖKULSÁRLÓN E DIAMOND BEACH: a lagoa glacial fica no Sudeste, a região mais fria do país. A temperatura fica entre -5°C e 5°C o ano todo. Os icebergs se misturam com as geleiras do fundo e a vista é incomparável. Aqui também estão disponíveis passeios de barco para chegar mais perto do centro da lagoa.

A água escorre para o mar, que fica do outro lado da estrada, e cria pedras grandes de gelo que ficam na areia e que parecem diamantes. Por isso essa praia recebeu o nome de Praia dos Diamantes.

Tudo isso fica no Sudoeste da ilha, a quase 400km de Reykjavik. São mais de 3 horas direto pela Rota N°1, mas o caminho é cheio de paradas incríveis (itens 4 a 10 – é melhor dividir em dois dias).

4) SELJALANDSFOSS: essa cachoeira tem 60 metros de altura e conta com dois observatórios, mas eles podem estar fechados dependendo das condições do tempo.

5) EYJAFJALLAJOKULL: esse é o vulcão que mencionei no começo do texto, que lançou fumaça e interrompeu o tráfego aéreo. Ele tem a maior geleira do país, são 1800 km², 50km só na estrada. O ponto mais alto da Islândia também fica nele: 2210 metros de altura.

6) VULCÃO HEKLA: é um dos mais ativos do país e fica na beira da Rota Nº1. Normalmente, os cientistas conseguem prever uma erupção com 48 horas de antecedência, mas, no caso do Hekla, são só 20 minutos.

7) WESTMAN ISLAND (VESTMANNAEYJAR): é um conjunto de 15 ilhas que surgiram de erupções vulcânicas. A mais recente é de 1963 e foi fechada para que pesquisadores estudassem o desenvolvimento de vida sem a interferência humana.

8) SKÓGAFOSS: essa cachoeira tem 60 metros de altura e um dos terrenos mais lisos por onde passei, então cuidado. Você pode chegar bem pertinho da água, até onde conseguir. Essa região tem mais de 20 cachoeiras.

9) SÓLHEIMAJÖKULL: essa geleira cobre o vulcão Katla e tem cerca de 16km², mas seu derretimento ultrapassou a normalidade e perde 15 metros por ano. A previsão é que ela desapareça em 200 anos.

10) REYNISDRANGAR: essa é a praia de areia preta mais famosa da Islândia, aqui também fica Reynisfjara, os paredões de basalto. A visão é surreal, é quase difícil de acreditar que aquelas formas com ângulos tão retos não foram esculpidas pelo homem. É o mesmo tipo de formação encontrada na Calçada dos Gigantes, na Irlanda.

Do outro lado, fica Dyrholaey, um arco de pedra de 120 metros de altura.

11) PENÍNSULA SNAEFELLSNES: é a região mais quente do país e merece um dia todo só para ela. A maior parte do passeio é feita pela Rota 54, mesmo assim a paisagem muda muito e dá um gostinho da região montanhosa do centro do país. Dependendo da época do ano que for, você vai encontrar muitas cachoeiras congeladas na beira da estrada.

Entre as pequenas cidades, ficam as casas isoladas e pequenas igrejas, que rendem fotos lindas.

Uma das paradas é Djúpalónssandur, uma praia cercada por pedras de lava. Tem uma pequena trilha para chegar até o mar, passando por lagoas e corredores de pedra. Poderia ser um dos planetas de Star Wars.

Outro destaque é Kirkjufell, uma montanha que ficou famosa por aparecer em Game of Thrones e que é muito bem acompanhada por um cachoeira, Kirkjufellsfoss.

O caminho é cheio de paradas nas praias. Pode soar repetitivo, mas garanto que cada descida do carro guarda uma visão incrível, como o Akranes Lighthouse.

12) DESCOBRINDO A CAPITAL: se agilizar o passeio na lagoa azul pela manhã, dá tempo de voltar para a cidade na hora do almoço. Lá tem aqueles passeios em ônibus de dois andares que param nas principais atrações. Custa 4.000 coroas islandesas, cerca de R$170. Os pontos mais procurados da cidade são:

- OBSERVATÓRIO PERLAN: ele fica um pouco afastado do centro e tem exposições de história natural, mas o mais buscado aqui é o restaurante no topo. Ele é coberto por uma cúpula de vidro que dá um visão 360°. O prédio tem um observatório, mas é pago e fica um andar abaixo. Se você for ao restaurante e pedir um café ou uma das tortas tradicionais, fica mais barato e a vista é ainda melhor.

- HALLGRÍMSKIRKJA: a igreja da cidade fica no centro e foi inaugurada em 1986. Tem 74 metros de altura (mais ou menos um prédio de 14 andares) e é o sexto edifício mais alto do país.

- MUSEU NACIONAL DA ISLÂNDIA: aqui você encontra peças que recontam toda a história do país, desde as ocupações nômades até os dias atuais. É o museu mais antigo da Islândia, com mais de 150 anos.

- PORTO ANTIGO: foi construído entre 1913 e 1917 e hoje em dia concentra a saída dos passeios para observar baleias. Além disso, lá ficam excelentes restaurantes e o Museu Marítimo Viking.

- HARPA: o auditório fica na beira da praia e tem arquitetura moderna. Vale a visita mesmo que só no hall. Os ingressos para as apresentações são vendidos ali mesmo, na bilheteria.

- HÖFDI HOUSE: essa casa isolada foi construída em 1909 e foi palco de um importante momento histórico. Aqui, em 1986, aconteceu o Reykjavik Summit, a reunião que começou as conversas entre Estados Unidos, com o presidente Ronald Reagan, e União Soviética, com Mikhail Gorbachev, que colocaram fim à Guerra Fria.

- SOLFAR SUN VOYAGER: essa escultura homenageia os vikings e fica na praia, perto da Harpa.

- LAUGAVEGUR: é a rua mais movimentada de Reykjavík, concentra restaurantes e lojas.

COMO IR

A ilha fica a cerca de 3 horas da Inglaterra e são pelo menos três voos todos os dias. Dependendo do dia e do horário, as passagens variam de R$300 a R$1.000.

O turismo é a principal fonte de renda do país, por isso você vai ver muitos ônibus de várias agências que levam para quase todos os lugares da ilha. Eu escolhi ir com guias, mas precisei pesquisar bastante para encontrar opções diferentes. Isso porque o Google só mostrava uma opção, a Reykjavík Excursions, mas assim não tem como comparar preço e fica fácil cair em cilada para turista. Você encontra essa e outras agências no texto abaixo:

  • Qual é a melhor época para conhecer a Islândia?

A cidade ainda não consegue comportar a quantidade de turistas. São cerca de 250 mil habitantes para receber quase 5 milhões de pessoas ao longo do ano. Por isso a capital é um campo de obras com hotéis criando forma em todas as regiões. E não foram só as empresas que perceberam isso, então Airb&b se tornou uma opção vantajosa, mas que deve ser agendada com bastante antecedência.

PORQUÊ IR

A experiência de conhecer a Islândia é diferente de tudo que eu já vivi. Nem as belezas únicas do Deserto do Atacama me prepararam para esse encontro. Na ilha a gente entra em contato com as criações mais inusitadas da natureza, como o chão feito de lava, placas tectônicas e vulcões implodidos.

Sei que citações acabam pendendo pra cafonice, mas dessa vez é inevitável. O escritor Júlio Verne resumiu a Islândia de uma maneira irretocável no livro Viagem ao Centro da Terra: “Se em qualquer outro lugar a natureza faz obras de arte com suas grandes massas lançadas sem ordem, seus cones mal esboçados, suas pirâmides imperfeitas e suas bizarras sucessões de linhas, aqui (...) ela criou uma ordem severa, que nem os esplendores da Babilônia, nem as maravilhas da Grécia jamais superaram”.

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